Crônicas de um Homem Morto

29 outubro 2011

A Moral da História - Parte XXXII

Existe algo esquisito que vocês chamam de honra. De fora, a única noção que eu tenho é de algo subjetivo. Seria uma espécie de cobertura, que varia de pessoa para pessoa e que define limites sobre quem se é.

Assim, se é subjetivo, como lidar com as pessoas? Como interpretar os limites de cada um? Age-se como se todos tivessem uma? Ou ignoramos a sua existência e partimos do princípio que todos têm um preço?

E em todas as vezes que ouvi a palavra honra, havia sempre uma menção a "preço". Assim, parece-me que existe um nível onde a honra é atacada e um valor para que se possa comprá-la; definimos, então, uma espécie de faixa onde a consciência (e a honra não seria uma consequência desta?) impede que os homens ultrapassem o seu limite.

Ora, se todos os homens em estado normal estão dentro desta "faixa", se é a consciência que os mantêm assim - embora o ato de transpô-la também seja um ato racional - e se também é a consciência que define a honra de cada um; como falar que alguém tem honra ou se acreditar honrado?

Há de se supor, então, que exista um outro nível que distingua as pessoas, que as façam crer que são diferentes.

Um dia eu vou entender a moral dessa história.

0 comentários: