Ela veio em minha direção e, com uma confiança que parecia inabalável, começou a dizer palavras que, a cada frase, pareciam mais desconexas da realidade.
A todo o momento, ela buscava a confirmação, tanto minha como de si própria, para assim, continuar a falar. As palavras ganhavam mais espaço entre elas, como se quisessem desistir.
Já seu corpo se fechava, os braços não acompanhavam o raciocínio, sendo intermitentes nos movimentos, como se, por alguns instantes, ela se esquecesse de dedicar-lhes atenção.
Consenti com tudo o que ela dizia. Afinal, quem sou eu para negar a uma pessoa o direito de se enganar?
Wontons
Há 7 meses